quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O que diferencia um fotógrafo do outro?


                                                                                                                                                                                               Foto Ary Pereira



Os poucos que se destacam vão além. Conseguem transformar um evento num espetáculo de cores, luzes e imagens poéticas porque ousam ver, esforçam-se por enxergar, e não se intimidam em explorar as infinitas possibilidades que o olhar humano é capaz de perceber!

O que diferencia, hoje, um fotógrafo de casamento de outro, considerando que a cada dia parece brotar, do nada, mais um “profissional” no mercado? Como nos mantermos no circuito desse “comércio” competitivo se o coleguinha que abriu mais um estúdio ali na esquina está cobrando menos da metade do valor cobrado por você?

E se o valor cobrado por você já é o mínimo que precisa cobrar se quiser continuar oferecendo o serviço diferenciado a que se propôs, trabalhando com empresas que lhe garantam uma qualidade superior de impressão e encadernação dos álbuns, e que são portanto mais caras?

Sem falar no equipamento e no fato de que, na maioria das vezes, o lucro de um evento não consegue sequer pagar o valor daquela lente dos seus sonhos? E se você ainda por cima optou por fazer apenas um evento por dia, garantindo ao seu cliente a exclusividade dos seus serviços e a certeza de que ele irá receber um trabalho de qualidade (técnica, criativa, artística) no mínimo semelhante àquela que ele visualizou em seu site e álbuns? Como sobreviver? Como se destacar? Como convencer o cliente de que ele não está pagando apenas por um simples serviço fotográfico, mas sim por um trabalho autoral, que leva seu nome, sua marca, seu olhar, sua experiência de vida, sua paixão e todos os sacrifícios pessoais que essa escolha profissional exige?

E olha que eu nem falei do investimento na própria formação, atualização e aperfeiçoamento profissional, que são necessidades constantes, nos gastos com cursos, workshops, bem como nos altos valores destinados ao marketing, aos anúncios em revistas, sites, afinal, não é de hoje que sabemos que quem não é visto não é lembrado… Parece um grande desafio, não é verdade? Mas vamos lá…

Diante do panorama desafiador (e mesmo desalentador, por vezes) acima exposto, penso que a nossa atenção deve estar voltada para a necessidade de oferecermos um trabalho realmente diferenciado, o que também não é nenhuma novidade.

A questão é: Como fazer isso? Como imprimir uma marca pessoal ao nosso trabalho? Particularmente, confesso, que poucas coisas me agradam mais em minha profissão do que ouvir de um cliente: “suas fotos são inconfundíveis”.

Foi Albert Einstein quem disse que “o segredo da criatividade está em abrir a mente para as possibilidades infinitas”. O que é um homem sem sonhos? E se nós sabemos que a fotografia nos oferece esse horizonte infinito de possibilidades por que não explorá-las, conscientes de que a fotografia de casamento tem deixado de ser apenas o registro documental de um evento social?

Isso é hoje cada vez mais evidente e pode ser facilmente reconhecido no trabalho dos grandes fotógrafos, que conseguem uma aliança perfeita entre o registro documental e a estética, entre o fotojornalismo e a arte. Eis a diferença entre um fotógrafo de casamento e outro! A maioria apenas registra um evento.

Os poucos que se destacam vão além, pois conseguem transformar um evento num espetáculo de cores, de luzes, de imagens poéticas, porque ousam ver, esforçam-se por enxergar, não se intimidam em explorar as infinitas possibilidades que o olhar humano é capaz de perceber! Eles ousam, sem medo de errar! Eles sabem que a arte da fotografia é feita muito mais de erros do que de acertos, mas sempre tem uma hora, um momento em que conseguirão captar de uma forma única e bela, à sua maneira, as imagens que contarão uma história de amor. Sim, uma história de amor que lhes coube o privilégio de eternizar. Eles não apenas registram os fatos, se envolvem naquilo que fazem. Eles deixam de trocar de carro para poder trocar de câmera! Eles gostam do que fazem. Experimentam. Levam ao pé da letra a definição básica do que seja a fotografia: desenhar com luz e contraste!
Por Marlise Sapiecinski

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